domingo, março 26, 2006

Homenagem aos mortos pela Pátria


Levei hoje o meu filho mais velho a ver o Monumento aos Mortos no Ultramar, junto ao Forte do Bom Sucesso, em Pedrouços (Lisboa).
A homenagem aos que morreram pela Pátria impressiona:
- pela solenidade envolvente;
- pela chama sempre acesa, simbolizando a perenidade de Portugal;
- e pela lista exaustiva de todos os que morreram na defesa da Pátria.
Simbolicamente, o último nome (que se pode pode ver na fotografia de baixo) é o do Tenente-Coronel Rui Maggiolo de Gouveia, figura épica e trágica daquele que se recusou a renegar o juramento prestado e defendeu até ao fim o seu país, no meio de todos os abandonos.
Rodrigo Emílio homenageou-o pungentemente em "Reunião de Ruínas", dedicando-lhe um «Poema de Luto Pesado, em memória e louvor do Tenente-Coronel MAGGIOLO DE GOUVEIA e de mais sessenta PORTUGUESES, fuzilados em TIMOR pelos facínoras comunistas da Fretilin», que conclui assim:

Finalmente,
puseram-se de pé.

E à frente
de tão nobre gente,
há então quem dê
um último e ardente
testemunho de fé.

É o Tenente-Coronel
MAGGIOLO DE GOUVEIA
- que não cura de salvar a pele,
mas a epopeia!

Em nome de todos, disse isto,
Senhor!,
às fardas cruéis
que os iam matar:

«Morremos por CRISTO
e por TIMOR.
Podeis
disparar».



6 comentários:

Anónimo disse...

A Taberna dos Inconformados já abriu! Venha tomar um copo connosco e também mostrar-nos as suas ideias e opiniões!

Saudações!

JSM disse...

Grande momento de epopeia! Bem cantada por Rodrigo Emílio! Não esquecer também o poema inesquecível de Rui Cinatti! Que publiquei.
Um abraço.

Mendo Ramires disse...

Belíssimo postal!

Paulo Cunha Porto disse...

Oportuníssima referência a um momento que, com sobriedade, consegue uma digna evocação dos Caídos. Sem o peso opressivo do contudo belo vale espanhol, ou o gosto muito discutível do "bolo de noiva" romano.
Ab.

o engenheiro disse...

Lindo F..Infelizmente, em Timor, não morreram apenas 60 portugueses.
E não deixa de ser caricato que o ilustre cabo de guerra que dá pelo nome de Lesmos Pires seja hoje um dos nossos mulitares mais eminentes.
Quanto ao monumento, permita-me acrescentar que ele só se construíu graças à convergência de esforços do então Secretário de Estado da Defesa, Eugénio Ramos, e do Secretário de Estado da Cultura, Pedro Santana Lopes. Teresa Gouveia pura e simplesmente não o queria e Valente de Oliveira queria-o bem escondido no Alto de Carnaxide.

JC Abreu dos Santos disse...

... que, só hoje, em meio de pesquisas googlísticas ao tema "monumento aos mortos no ultramar", aqui chegou, ficando a saber que mais um português - no caso, o autor (deste weblog), ficou impressionado «pela lista exaustiva de todos», concluindo que «o último nome [...] é o do Tenente-Coronel Rui Maggiolo de Gouveia, figura épica e trágica daquele que se recusou a renegar o juramento prestado e defendeu até ao fim o seu país».
Infelizmente, decorridas que vão mais de 3 décadas sobre a saída do último contingente militar português do hemisfério sul, ainda ali não estão - no Memorial Lapidar Nominal aposto desde Set99 nas paredes exteriores do Forte do Bom Sucesso, em Santa Maria de Belém - repito, não estão, hoje 28 de Agosto de 2008, TODOS OS NOMES, permanecendo omissos umas quantas centenas deles.
No que a Maggiolo Gouveia diz respeito, além de não ser «o último nome» que ali está, seria - quando este weblog foi pela última vez actualizado -, mas não é, de facto, o nome que está na última lápide memorial, fica a ideia de «que se recusou a renegar o juramento e defendeu até ao fim o seu país». Muito discutível, considerando tudo quanto, de há muito, se sabe relativamente àquela «figura épica e trágica». Como muito bem F. Santos resume.