sábado, maio 27, 2006

Céline sempre presente


Excessivo, reinventor da escrita, aventureiro da linguagem, anarquista, fascista, anti-semita, colaboracionista, esteta. Isto e muito mais se disse e ainda diz de Céline, entre a análise objectiva ou apaixonada (pró e contra) da sua obra e da sua postura perante os acontecimentos do mundo. Para mim foi um dos maiores do século XX, a minha vida não mais foi a mesma depois de ler "Voyage" e "Mort à Crédit". Seguiram-se todas as outras obras magistrais deste bretão atormentado pela estupidez humana, pelas guerras, pela mesquinhez, pela maldade, pela falsidade, por tudo aquilo que de mal o homem inflinge ao homem: «le malheur de l'homme c'est l'homme.»
A mesma maldade e mesquinhez trabalham ainda hoje para que a sua genialidade não seja reconhecida mas quando as jovens gerações continuam a apreciar a sua obra e esta é reeditada sem cessar consolamo-nos por aquilo que é um simples acto de justiça.
Talvez um dia, quem sabe, como sugeria Roger Nimier, ainda se venha a estudar os panfletos nas universidades israelitas. Por agora, até dos escaparates das livrarias europeias eles estão banidos.
Nasceu há 112 anos e aqui declaramos a mais profunda admiração por Louis-Ferdinand Destouches, dito Céline, médico dos pobres e escritor genial.

(Saiba mais sobre Céline e a sua obra neste site que lhes é inteira e devotadamente dedicado.)

5 comentários:

Paulo Cunha Porto disse...

A triologia maldita continua interditada, é bem verdade, Caro FSantos. Possuo um exemplar de «LES BEAUX DRAPS". Mas tenho uma atravessada: há uns oito anos encontrei uma primeira edição das «BAGATELLES...» por cinco contitos. Não tinha tanto na carteira e fui a correr buscá-los a casa. Estupidamente não pedi para guardar. Quando voltei, três quartos de hora depois, nicles. Nada a fazer.
Abraço.

Flávio Santos disse...

Eu tenho os três, que me custaram 600+600+500 francos franceses... Mas também tenho em pdf, se quiseres envio-te.
Um abraço.

Paulo Cunha Porto disse...

Obrigado, Caríssimo. Pelo menos os dois que faltam seria fantástico.
Abração.

Anónimo disse...

Também quero
;)

Flávio Santos disse...

Segue já, meu caro.