terça-feira, junho 20, 2006

Os altos e baixos dos maoístas

Numa altura em que os criminosos guerrilheiros maoístas do Nepal se preparam para participar num governo de transição, ocasião para lembrar que a praga maoísta não se circunscreve ao reino, espalhando o seu terror na Índia, onde está presente em um terço dos estados. Na sexta-feira um dos seus líderes foi morto pela polícia no estado de Andhra Pradesh.
Num país historicamente cheio de contrastes sociais, a vaga de crescimento económico da última década, de que vem beneficiando parte da classe média-alta urbana, não traz obviamente os seus frutos à grande maioria, que continua, tanto em meio rural (1) como nos bairros de lata das grandes cidades (2), a vegetar num estado de miséria latente.
A acção maoísta faz-se sentir no centro e sul do território, em áreas de desenvolvimento estagnado, tendo maior apoio junto dos camponenses sem terra. Os rebeldes visam a criação de um estado comunista abarcando áreas rurais dos estados de Andhra Pradesh, Maharashtra, Orissa, Bihar e Chhattisgarh. O governo central estima em 10.000 o número de rebeldes maoístas armados. Contam-se aos milhares as vítimas das suas acções nas últimas três décadas.
(1) São frequentes os suicídios de camponeses pobres que não conseguem saldar as suas dívidas perante os usurários.
(2) Só Calcutá tem um bairro de lata onde se estima viverem 5 milhões de pessoas.

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