segunda-feira, fevereiro 12, 2007

O fim de um mundo

Esta não é a nossa época. Lutamos por ideais que parecem varridos pela voragem dos tempos, pelos demolidores de civilizações, pelos totalitários mascarados de democratas e amigos do povo, enfim, a velha história do lobo mascarado de cordeiro.
Aquilo que defendemos, aquilo que era consensual há décadas atrás, é hoje coisa de reaccionários, quiçá extremistas - de gente parada no tempo. Como se a ética e os princípios se devessem moldar às modas da estação. É esse o entendimento da (falta de) classe política que nos desgoverna, que aceita que decisões fundamentais como a que ontem se referendou possam ser tomadas ao acaso da volátil vontade das massas, já de si manipuladas à souhait; ao acaso, até, da inclemência da meteorologia e seus efeitos sobre a inércia dos decisores.
Mesmo que o "não" tivesse vencido, a constatação anterior permaneceria válida, pois a escolha de ontem já diz muito sobre o estado acelerado de degradação a que a civilização chegou. A sociedade está doente, doente não só pela indiferença com que se abdica de certos princípios como também pela apatia e resignação perante a marcha infindável do progresso.
Não queria deixar de saudar todos os que se bateram desinteressadamente pela Vida num contexto adverso. E aproveito para saudar a população de três localidades: uma aldeia, uma vila e uma cidade; Os resultados nelas verificados simbolizam a não abdicação perante a pressão totalitária:
- Arga de Baixo, pequena povoação do concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo, onde o "não" venceu com 97% dos votos;
- Alvaiázere, concelho do distrito de Leiria que continua a demonstrar ser um dos bastiões seguros e firmes do Portugal tradicional;
- e, finalmente, a cidade de Guimarães, símbolo da Nação, e das poucas cidades de média dimensão em que a Vida foi mais votada. Que permaneça, de pé, a lutar por princípios imortais, defendidos também por jovens como este amigo do nosso blogue.

5 comentários:

Vimaranes disse...

Como sempre, um escrito notável e este eu não poderia deixar de comentar. Ainda para mais, depois de ontem me ter apercebido que quem desequilibrou a balança dos valores, foi a juventude, aquela de que eu também faço parte.

Mas como já tive oportunidade de dizer ontem em conversas de amigos, que a derrota do Não, não significa a derrota da vida, porque essa continuará a não ser referendável e aqueles que como eu a defendem de um modo intransigente continuarão a fazer de tudo para que a mesma não seja "liquidada" por uma qualquer lei. E os valores que defendo hoje, continuarei a defender para os meus e não contem comigo para a permanente desresponsabilização de uma sociedade.

Fiquei satisfeito pela "escolha" das gentes da minha cidade. Chamem-nos "conservadores" ou "incoerentes", eu prefiro que nos olhem como gentes cujos valores não são alienáveis por mais extremistas que possam ser os argumentos do outro lado. Aliás, em todos os concelhos do distrito de Braga, venceu o Não. O único Não que queria dizer Sim... à vida, claro está.

Grande Abraço! E a luta não termina aqui. Quiçá, não teremos outra em 2015!

Nuno Adão disse...

Amigo Fsantos, agora mais do que nunca, urge agir em defesa dos nossos filhos. A inversão de valores, entenda-se para o bem, só se dará se tomarmos o poder, não estou a ver um outro modo mais simpático de o dizer!

Cumprimentos

Anónimo disse...

Nunca DESISTIR, meu caro!

Nuno MA
www.arte-de-opinar.blogspot.com

Anónimo disse...

Caros Amigos:
Em primeiro lugar, não houve qualquer «vitória» do «sim» abortista, dado o exíguo número de votantes. Com mais de 50% de abstenções, o referendo fica invalidado.
Em segundo lugar, os «resultados» oficiais já estavam há muito decididos pelos «powers that be», independentemente da vontade do eleitorado.
Passo a explicar: à excepção de três ou quatro círculos eleitorais, os resultados das urnas são pura e simplesmente ignorados, só se apurando o nº de votantes e o de abstencionistas. Depois, os dados são introduzidos na aplicação informática que vai «calculando» a farsa sobre a percentagem de votantes de modo a dar x ao «sim» e y ao «não». Tem sido assim desde a «eleição» do Marocas para PR nos idos da década de 1980.

Para além disso, como se a farsa não fosse suficiente, saiba-se que a simples despenalização das mulheres no caso de aborto não necessitava de referendo, por cair no âmbito do Código Penal. O desgoverno actual também não faz referendos para alterar leis penais ou aumentar impostos. Assim, esta aberração tem algo mais no bico...

O que verdadeiramente parece estar em causa são os interesses criminosos do lobby das «clínicas» (será que se poderá chamar clínica a um matadouro?) abortivas, que se preparam para fazer grande negócio em Portugal, com a conivência total dos abrileiros que nos têm desgraçado. Reparem que se preparam para abrir portas já no início de Março, quando a lei criminosa só em Junho irá ser discutida, apesar do «referendo» não valer um alho chocho... Isto diz tudo.

Estamos a meio de uma batalha, Amigos. Uma batalha da qual dependerá o futuro da nossa Pátria e o dos nossos filhos; e não me estou a referir apenas à questão do aborto. Uma batalha entre a Civilização e os novos bárbaros que tudo tentam subverter e conspurcar.

Assim, tenho de concordar plenamente com o Caro Thoth; a eles! É mais do que a Hora!

Com a Graça de Deus não iremos esmorecer no combate. E venceremos.

Cumprimentos

solitarioh2005 disse...

Parabens pelo seu texto. Está muito bem escrito.
Concordo também : A sociedade está doente.
De facto anos atrás parecia consensual a ideia de que a vida deveria ser respeitada.
Mas plos vistos esse era um consenso artificial já que muita gente acreditava era legitimo eliminar os não desejados.

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