Na semana passada fiz uma viagem relâmpago a Madrid. Tirante os afazeres profissionais, sobrou-me uma hora e meia para uma incursão por algumas livrarias indicadas pelo amigo Pedro, conhecedor da urbe. E é do pouco que por lá vi exposto que vos venho dar conta.
Antes de mais, é de saudar o facto de o livro de Arnaud Imatz sobre a vida de José António Primo de Rivera (o tal que, segundo o Manda-mil do DN, foi ditador nos anos 1920...) ir já em 2ª edição. Não quero ser demasiado optimista mas penso que isso possa ser um indício de que os espanhóis, independentemente das suas ideias, querem compreender a história com rigor e não as histórias ideológicas desgraçadamente servidas como "história". Ao menos daí possa vir um bom exemplo do vizinho país.
Acabadinho de sair, "Muñoz Grandes, Héroe de Marruecos, general de la División Azul", de Luis Togores, parece enveredar pelo mesmo caminho de abordagem histórica que o livro citado no parágrafo anterior. Aliás, os livros sobre a Divisão Azul parecem multiplicar-se nos escaparates das livrarias espanholas. Bem como as denúncias das arbitariedades republicanas durante a Guerra Civil, com relatos arrepiantes de atrocidades que a pseudo-história oficial costuma circunscrever ao campo nacionalista. Um dos algozes, Santiago Carrillo, tinha uma biografia oficial exposta ao lado da biografia de Muñoz Grandes...
Faltou-me tempo para catrapiscar os títulos em voga na área de ficção, parecendo-me embora que, como cá, os romances históricos sejam género em voga.
Uma última nota, paternidade oblige, para a área infanto-juvenil: sendo bem fornida de edições para as diversas idades, peca escandalosamente (mesmo na prestigiada Casa del Libro) pela pobreza no que à banda desenhada diz respeito: àparte os inevitáveis Tintim, Asterix, Mortadela e Salamillo (a que nunca achei piada) e Mafalda, praticamente não há mais nada disponível, o que tornaria a vida em Espanha para um bedéfilo como eu virtualmente impossível!
4 comentários:
Me gusta Madrid.
Mas aqui confesso que prefiro Berlim (oh sim!, Berlim).
Creo que mi amigo FSantos esta al tanto de que Espanha tiene la tasa de natalidad mas baja del mundo. Ergo hay poco mercado para los libros infantiles ... en espanhol, porque si los hay para los libros infantiles en bereber, arabe y otras lenguas africanas y asiaticas.
Vender libros infantiles en Espanha es tarea muy dificil. De todas maneras, que se pase mi amigo FSantos por la mas cercana Salamanca, y vaya a las librerias Cervantes o a Hydria infantil, donde encontrara abundante material que a lo mejor le hace pensar que no es tan malo como La Casa del Libro aparenta.
Un abrazo,
Rafael Castela Santos
Abaixo o branqueamento do fascismo! ;)
madrid me mata
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