quarta-feira, março 29, 2006
Richard der Grösste
Richard Strauss ficou destroçado com o resultado da II Guerra. A visão da Ópera de Munique, a sala onde o pai fora trompista, em ruínas, arrasou-o. Exilou-se na Suiça, em Montreux, onde passava os dias a escrever cartas, amargamente.
Um dia, o seu filho Franz (na foto, com o Pai) sugeriu-lhe que interrompesse a actividade epistolar e escrevesse algumas canções. Strauss não respondeu. Passados meses visitou o filho; ao entrar no seu quarto depositou a partitura com as "Quatro Últimas Canções" numa mesa e disse à nora Alice: «aqui estão as canções encomendadas pelo teu marido».
E que canções! Strauss atinge nelas cúmulos de lirismo e de melancolia inigualáveis; a beleza é esmagadora e pressente-se em toda a obra um adeus à vida (é inevitável a comparação com "Der Abschied" - A Despedida -, o maravilhoso último andamento de "A Canção da Terra", de Gustav Mahler).
Richard Strauss, já de regresso à Alemanha, foi alvo de uma bela homenagem em Munique, em 1949. Veio a falecer em Setembro do mesmo ano. A sua mulher, Pauline, ficou de rastos; disse a sua nora, a já citada Alice: «nunca vi ninguém que conseguisse chorar tanto». Pauline reencontrou o seu marido adorado no Céu, oito meses depois.
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3 comentários:
São maravilhosas. Tenho-as, interpretadas inteligentissimamente pela Schwartzkopf (não verifiquei se a grafia está correcta). Um espanto!
Ab., pela Amizade e pela temática.
Por este texto — a juntar a muitos outros — se percebe bem que a blogosfera seria muito mais pobre sem o Homem de Cultura que o caríssimo FSantos é.
Totalmente de acordo com o Mendo.
:)
Olha o Buiça: \o/
;)
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