sexta-feira, maio 19, 2006

Um blogue diferente

Faz hoje um ano que uma figura desconhecida na blogosfera se deu a conhecer aos viciados deste meio privilegiado de troca de ideias e informações, o Paulo. Revelado ao "grande público", três semanas depois, pelo Duarte, logo o "Misantropo" se afirmou como um dos melhores blogues nacionais.
Tive o privilégio de vir a conhecer o Paulo pessoalmente e de com ele encetar uma relação de amizade, imune a discussões por vezes encaloradas sobre temas tão candentes como o clube da 2ª Circular (topo sul) ou o estado de Israel. Mas nada me indignou mais que o menor apreço que este homem de cultura nutre pelo grande Almeida Garrett. Aí é que me excedi! A sua generosidade exprime-se também nas ofertas com que me presenteia, regra geral de livros antigos - e raros.
Ainda hoje, confesso, me causa alguma estranheza ver um postal erudito sobre este ou aquele escritor, este ou aquele facto histórico, de permeio com fotos de moças de formas atraentes e trapos poucos. Razão tem o leitor que diz que o Paulo gosta de livros velhos e mulheres novas!
Tributa-me o meu amigo a responsabilidade de ser o «Segundo Grande Culpado de alguma relevância misantrópica». Não diz porquê e sinceramente nunca percebi o que é que ele vê na minha pessoa, seja de erudição ou cultura, de que ele não transborde. Um "não sei quê", certamente, como diria Júlio Dinis.
Tal como as conversas que com ele tenho, podia estar aqui horas a falar de um blogue único e contra cujo fim anunciado batalhei. Como ele fez com o meu "Santos da Casa". «United we stand, divided we fall»...
A única coisa que lhe posso dizer, àparte os parabéns e os agradecimentos por tudo o que nos tem proporcionado neste ano, é que não abandone o barco; que escreva apenas um postal numa semana, se mais não for possível. Todos lhe ficaremos gratos por isso.
E que dizer da homenagem hiperbólica que me concedeu? São coisas que não se esquecem.

4 comentários:

Mendo Ramires disse...

Caríssimo FSantos:
Tens, de facto, o extraordinário dom de dizer as coisas mais profundas de uma maneira simples e bela.
Penso que o nosso Paulo muito deve apreciar essa tua enorme virtude.
Abraços a Ambos.

Paulo Cunha Porto disse...

Caríssimo FSantos:
Obrigadíssimo por Tudo. E neste tudo não cabe apenas esta belíssima homenagem a um aniversariante esfarrapado pelo esforço de tentar não ir ao fundo. O «Tudo» engloba também toda a propaganda imerecida mas eficacíssima que desenvolveste em proveito da minha pobre página, a partir da Tribuna de Excepção que precedeu Estoutra.
E, desde que se não fale de dois Orientes, um Médio, outro Próximo, aqui na linha, para um homem de Cascais, a nossa comunhão de valores tem sido tão grande, que quase poderíamos corporizar uma hidra bicéfala, o Sanorto, tal como Chesterton e Belloc davam fisionomias ao Chesterbelloc, segundo Shaw.
Ah! E Garrett, claro. Mas aí, ao contrário dos outros dois temas, reconheço que é insensibilidade minha.
Querido Amigo: literalmente, sem Ti, o Misantropo Enjaulado ter-se-ia extinto ao fim de quatro ou cinco meses.
Grande abraço muito grato.

Anónimo disse...

Conheci o misantropo através do FSantos e como o F. é daquela espécie de homens que mesmo quando se diz ateu as suas palavras e presença transbordam um permanente contacto com o divino...por isso os amigos dele, no caso o Paulo de quem me falou particularmente, passaram a ser meus amigos!
Abraço a ambos

Legionário

Paulo Cunha Porto disse...

Meu Caro Legionário:
Venha de lá essa carcaça! Homem, conseguiu comover-me! Arre!