Por vezes sinto-me como que desligado do dia-a-dia da política portuguesa. Não vejo noticiários, não assisto a debates parlamentares nem a debates televisivos, não perco tempo com as crónicas de certos experts, os mesmos de há duas décadas (pelo menos) a esta parte (numa manifestação clara de pluralismo e diversificação de opiniões...) - em suma: uma reacção instintiva de repúdio.
Como conciliar esta atitude (que vem já da minha adolescência acrata...) de desconfiança da classe política e dos temas que ela decide trazer para a sociedade com a óbvia necessidade de estar informado e não ser ultrapassado pelos acontecimentos? Recorrendo moderadamente aos jornais e, o mais possível, à blogosfera, esse espaço de liberdade que tantos dentes faz ranger aos políticos e a muitos profissionais da comunicação social.
Está agora na moda criticar-se o anonimato da grande maioria dos blogueiros, insinuando-se que o mesmo lhes permite tomar atitudes irresponsáveis e criticar descabeladamente certas individualidades sem receio de ter de prestar contas. Os senhores jornalistas e políticos que veiculam esta ideia deviam ter vergonha: pelo monopólio das ideias que detêm e que impõem, pelo terrorismo ideológico que alimentam e pela estigmatização daqueles que ainda vão tendo forças para criticar o estado em que se pôs o nosso País, são eles os responsáveis pelo recurso ao anonimato dos heterodoxos blogueiros da nossa praça. Foram eles que (n)os atiraram para as margens do debate político, de ideias e cultura, são eles que zelam pela inviolabilidade do seu dogma societário e ideológico, são eles que odeiam a liberdade de expressão e que, escudados na hipócrita defesa da mesma, funcionam como comissários políticos à cata dos "proscritos". A quem depois criticam o seu anonimato.
Como conciliar esta atitude (que vem já da minha adolescência acrata...) de desconfiança da classe política e dos temas que ela decide trazer para a sociedade com a óbvia necessidade de estar informado e não ser ultrapassado pelos acontecimentos? Recorrendo moderadamente aos jornais e, o mais possível, à blogosfera, esse espaço de liberdade que tantos dentes faz ranger aos políticos e a muitos profissionais da comunicação social.
Está agora na moda criticar-se o anonimato da grande maioria dos blogueiros, insinuando-se que o mesmo lhes permite tomar atitudes irresponsáveis e criticar descabeladamente certas individualidades sem receio de ter de prestar contas. Os senhores jornalistas e políticos que veiculam esta ideia deviam ter vergonha: pelo monopólio das ideias que detêm e que impõem, pelo terrorismo ideológico que alimentam e pela estigmatização daqueles que ainda vão tendo forças para criticar o estado em que se pôs o nosso País, são eles os responsáveis pelo recurso ao anonimato dos heterodoxos blogueiros da nossa praça. Foram eles que (n)os atiraram para as margens do debate político, de ideias e cultura, são eles que zelam pela inviolabilidade do seu dogma societário e ideológico, são eles que odeiam a liberdade de expressão e que, escudados na hipócrita defesa da mesma, funcionam como comissários políticos à cata dos "proscritos". A quem depois criticam o seu anonimato.
4 comentários:
Pues ya somos dos los que no perdemos el tiempo no en la política, sino en la politiquería, de nuestras respectivas Patrias.
Pienso que FSantos no está interesado en la politiquería porque está interesado en la política.
O amigo Fsantos, escreve mais explícito aos domingos e aos feriádos, o que para mim é satisfatório, pois tenho mais tempo para o ler. Estes rapazes da política andam a tentar ver, qual a melhor forma de calar a blogosfera, por ser descomprometida com poder político. Quem o diz é o deus Thoth, que costuma advinhar estas coisas, pois não há fumo sem fogo!
Cumprimentos divinos
é que é isso mesmo.
Caro FSantos
Sou um anónimo escriba desta blogosfera imensa, e que por essa mesma imensidão reduz toda a gente ao anonimato. No entanto para quem me lê gratuitamente não sou anónimo, conhecem-me melhor do que eu! É essa concorrência, no meu caso, insignificante, que causa alguma perturbação àqueles que ocupam a cátedra da informaçõa há longas décadas e não deixam ouvir mais ninguém.
Também eu Caro FSantos já não aguento ler esses jornais que se repetem e repetem as mesmas ilusões sem fim à vista. Ler um é ler todos!
Prefiro a blogosfera.
Um abraço.
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