segunda-feira, abril 23, 2007

O Processo

(Ao meu amigo D.)
«O senhor não pode sair, está preso.» (...) «Não estamos autorizados a dizer-lhe a razão. Vá para o seu quarto e aguarde lá. Foi-lhe movido um processo e o senhor será informado de tudo na altura oportuna. Estou a exceder as instruções que tenho ao falar assim abertamente consigo.» (...)
Quem seriam estes homens? De que estariam a falar? Que autoridade representariam? K. vivia num país com uma constituição legal, havia paz no mundo, todas as leis estavam em vigor; quem se atreveria, pois, a prendê-lo na própria casa? Estava sempre disposto a aceitar os acontecimentos com toda a calma, a admitir o pior apenas quando este surgia, a não se preocupar com o amanhã, mesmo quando as perspectivas fossem assustadoras. Mas ocorreu-lhe que esta não seria a melhor política a seguir. Naturalmente, tudo isto se resumia a uma brincadeira, uma brincadeira de mau gosto (...)
Franz Kafka, "O Processo", capítulo I.

4 comentários:

Anónimo disse...

Bravo FSantos.
Tanto bandido filho de cão tinhoso que por aí anda e vão se meter com gente de bem, que o unico crime é de pensarem pela própria cabeça.

E agora onde para o alex, ab, e etc. Diz qualquer coisa da tua demoniocracia. Tu tambem conheces o nosso amigo, vá lá homem!

Legionário

vs disse...

Conheço Franz Kafka?!
Conheço, sim. Foi um excelente escritor.
E o Legionário?! Conhece Kafka?
:)

O ilustre comentador anterior escreve, a certo ponto:

"unico crime é de pensarem pela própria cabeça."

Muito bem.
Nem eu escreveria melhor.
É sempre bom ver alguém a defender a liberdade de consciência e a combater as ideologias do "rebanho".

;)

Anónimo disse...

Não era ao Kafka que o legionário se referia mas ao amigo D. do Fsantos!

Dhaah!

vs disse...

Se há alguém quem sempre se tem batido contra as políticas de "mordaça", de "opressão" e de "chicote" esse alguém sou eu e, por isso, desconheço porque é que tenho que ser eu a "dizer qualquer coisa", mas ok....


Dhaah!...para si também.