Mantendo há quase três anos um blogue, lendo blogues há mais de três, constato que nunca a blogosfera nacional esteve tão em baixo. Quando, em 2004, se discutia acaloradamente os princípios que deviam nortear o nacionalismo português, pese o ruído de quem não gosta tanto de discutir como de gritar as suas ideias e insultar os que se lhe enfrentam, o debate era rei. Caixas de comentários com menos de dez entradas eram raras, os blogueiros escreviam postais quase todos os dias (às vezes mais que uma vez por dia), a mesma frequência com que apareciam novos blogues.
Não sei se por cansaço, se por desistência de manter um diálogo que as mais das vezes tendia a ser de surdos, quase todos se recolheram sobre si, os seus princípios e os seus apoiantes, estabelecendo-se os tão típicos grupinhos dentro do meio: os racialistas, os identitários, os patriotas, os católicos, os neo-pagãos, os saudosos do Estado Novo, os socialistas nacionais. Cada qual com os seus blogues emblemáticos, as suas claques. Tudo muito bem compartimentadinho, dado que o diálogo com "os outros" é entendido como uma perda de tempo. Num meio tradicionalmente diminuto, tornou-se caricatural assistir-se a esta balcanização da blogosfera nacional, com mui poucas pontes lançadas para a outra margem.
Sinto que a blogosfera, como forma de debate de ideias, de divulgação de informações e de afirmação nacional, começa a estar esgotada. Alguns defendem que os fóruns são o melhor sistema para debater ideias na net, mas ao constatar-se a rapidez com que eles se tornam em plataformas de difusão de insultos e até de ódio, é legítima a dúvida.
Creio que espaços como a Alameda Digital devem ganhar terreno. Aí, independentemente das diversas sensibilidades nacionais-patrióticas dos articulistas, pode-se desenvolver um pensamento nacional, divulgar informações regra geral escondidas pelos mass media, promover iniciativas e difundir a cultura que é filtrada pelo politicamente correcto.
Na blogosfera ficarão os mais teimosos - o que em muitos casos é um mérito - mas a qualidade do seu trabalho, ou pelo menos a sua frequência, é uma triste sombra do que foi num passado recente.
16 comentários:
Já disponível a Wikipedia nacionalista:
http://pt.metapedia.org
tem razão em muito do que diz. há que não esmorecer!
abraço
Querido amigo:
El fenómeno es general, porque algo parecido pasa en otros países cuyas bitácoras también sigo, como el caso de España, de Gran Bretaña o de Francia e Italia.
Hay, no obstante, causas "inherentes". Me explico:
1) Es muy difícil estar durante años escribiendo con originalidad con frecuencia casi diaria o incluso semanal. Esto requiere dedicarse prácticamente sólo a esto. Muchos bloguistas son, somos, gente que hacemos esto como una actividad paralela a nuestro trabajo del cual vivimos.
2) Existe a nivel europeo e hispanoamericano un resurgir de los foros, que estuvieron más parados durante 2005, y llevan dos años en auge. No se puede escribir en foros y bitácoras, a no ser que uno repita en los blogues lo mismo que escribe en los foros. Hay quien hace esto.
3) La fragmentación de las "áreas nacionales" es un problema común a España y Portugal. Y creo que irremediable. Entre esos "grupinhos" que mencionas hay algunos cuyas diferencias de principios son simplemente insalvables.
4) Las bitácoras no calan en las ideas, simplemente crean un ambiente o sirven de laboratorio para las ideas. Coincido contigo en que en Portugal Alameda Digital debería tener mucho más eco del que tiene a juzgar por la calidad de lo que ahí se escribe. Apenas ha habido un mínimo eco en un medio escrito portugués de Alameda Digital y, si miras el Site Meter, de AD resulta patético el número de entradas.
5) Cualquier publicación, bitácora, escrita, digital, etc., tiene un ciclo de vida. Nace, crece y muere. Es ley de vida. Quizás atenazados por el cansancio -y no cierto pesimismo esterilizante- a todos nos convendría un cierto silencio durante una temporada. Volver a nuestras tertulias, volver a encontrarnos en Fátima cara a cara (como antaño), etc.
Un fuerte abrazo,
Rafael Castela Santos
Fui ter à Alameda Digital através de si. Encontrei um artigo interessante. Obrigada.
Permita-me comentar em relação ao que disse neste seu post, embora eu saiba que não é um contra-argumento - mas também não é isso que me interessa, nem a minha função...
As coisas que valem a pena, custam lutas de vidas inteiras.
Pobre de mim, se tivessse ''esmorecido passados três anos''.
E nada de verdadeiro teríamos, entre o criado pelos humanos, se outros pensassem assim.
Então... e quem entra na blogosfera agora?... e quem vier mais tarde ainda?? E talvez alguém entre esses traga algo bem novo que faltavam...
Espero que não se deixem esmorecer assim as potencialidades deste médio de encontro e diálogo.
Cumprimentos
Meu caro FSantos,
Ia começar a escrever mas dei-me a tempo conta de que me iria repetir e que mesmo assim ia escrever com’ó caraças. Vou tentar ser sucinto:
É lógico que tens razão na análise que fases, mas até na tua escolha da Alameda Digital como forma de agrupar correntes "nacionalistas", cais no erro, não intencional, de compartimentares e excluíres muitas outras "tendências" pois a Alameda Digital tendo o mérito que tem daquilo que lá é escrito e por quem é escrito não passa de uma forma "politicamente correcta" da chamada direita-nacional. Tem o seu lugar é certo mas não é um agregador de tendências, mas sim de formas diferentes de escrever sobre a mesma coisa.
Ainda à bem pouco tempo a conversar com um amigo e camarada falava na tal -Primeira Trincheira que deveria ser criada com indivíduos que soubessem disparar para fora e não para dentro como tem acontecido, acertando nos próprios pés e nos camaradas que estão ao lado. – Ao que ele me respondeu – É demasiado complicado... e de momento só vejo uma solução é cada um em seu grupo, em seu canto, continuar a trabalhar à sua maneira sem chatear os outros!
Claro está que assim não vamos lá, e uma coisa eu já descobri à muito, não é atrás do monitor que vamos conseguir alguma coisa digna de registo futuro.
No que diz respeito à LV já começamos a participar e a ombrear com gente de bem que mesmo que não partilhem a totalidade das nossas Ideias conseguimos no entanto encontrar muitos pontos em comum e os contactos pessoais, com objectivos concretos têm-se vindo a realizar.
Nem todos podem ir para a rua...emprego, família...- Dizem! - E têm razão, ninguém quer ser perseguido ou apontado como amigo de determinadas tribos. As actuações têm que ser mais bem escolhidas e preparadas. As causas certas com fins correctos e nobres princípios só têm valor se forem encorpadas por Gente de Bem!
Grande Abraço
Legionário
Caro Rafael: por vezes parar é mesmo o melhor remédio. Ou reformular a forma como se passa a mensagem. Quanto ao número de visitas na AD ele é efectivamente deprimente.
Estimada Terpsychore: esmorecer não é o melhor caminho mas por vezes há que repensar a forma de comunicar e difundir ideias.
Caro Legionário: não quis dizer que a AD esgota todas as tendências mas sim que é um exemplo de como contornar a barreira censória. E não confundas um tom polido com o politicamente correcto; já pensaste na quantidade de informação geralmente não acessível, de autores alternativos e de opiniões que oito números já
permitiram difundir?
Saudações a todos.
Já sabia que me ias atirar com o "tom polido" na cara (ahahahah) por essa razão o politicamente correcto levou aspas
T´ás f....., quando vieres ao Porto pagas tu! Imposto revolucionário.
E pior, vou telefonar ao Buiça, vais ter que o aturar!
Bem feito.
Quanto à "Alameda Digital", a verdade é que a mesma poderia ser a primeira de outras revistas digitais, a concretizar por cada grupo ou corrente de pensamento que sinta que também tem algo a dizer no debate de ideias contemporâneo.
Que não existam outras, cada uma a afirmar a sua especificidade, é o que se lamenta.
Quanto aos blogues: é possível que exista realmente uma crise, até por cansaço dos principais protagonistas.
Constata-se que foi há quatro anos que nasceram o "Aliança Nacional", o "Nova Frente", o "Sexo dos Anjos", o "Ultimo Reduto".
E depois houve uma revoada deles, a maioria de vida curta.
Mas quatro anos é muito tempo.
Relembro que todos os estudos sobre a blogosfera, nacionais e internacionais, afirmam que a média de vida dos blogues não excede os três meses.
Trata-se portanto de um meio caracterizadamente precário, para não dizer efémero.
Agora, como em outras alturas, o que há que encontrar são formas de chegar ao público, ao menos o que interesse em cada momento. Sobre quais sejam essas formas não se pode ser dogmático.
Blogues, foros, páginas pessoais, portais, sejá lá o que for para encher a web de conteúdos nacionalistas - tudo me parece útil.
E fora da rede, naturalmente, é preciso reforçar a institucionalização (quero dizer a criação ou o desenvolvimento de instituições de todo o tipo onde se faça sentir uma presença e uma opinião nacionalistas).
Essas coisas têm que correr paralelamente.
A organização e a formação e difusão de opiniões e ideias.
Sem a organização, a mera produção intelectual será inconsequente, e sem esta toda a organização estiola e definha por falta de alimento. Uma organização que não representa nada fecha, mais tarde ou mais cedo.
Por isso repito: as coisas têm que correr paralelamente.
Como é óbvio, as pessoas a encarregar-se disso não serão as mesmas. Umas têm vocação para uma tarefa e outras para outras. Uns têm disponibilidade para alguns efeitos, outros têm gosto e entusiasmo por outras missões.
O que é preciso é aproveitar os contributos de todos, e integrá-los de uma forma harmoniosa, para que sejam convergentes na dinamização de um verdadeiro "movimento" (um movimento social, de ideias e de opinião, que não se reduza a uma das parcelas. Não é só um partido, uma associação, umas revistas, uns blogues, militantes, simpatizantes, etc. etc. Tem que ser isso tudo e mais o que houver).
«Como é óbvio, as pessoas a encarregar-se disso não serão as mesmas. Umas têm vocação para uma tarefa e outras para outras. Uns têm disponibilidade para alguns efeitos, outros têm gosto e entusiasmo por outras missões.
O que é preciso é aproveitar os contributos de todos, e integrá-los de uma forma harmoniosa (...)»
Nem mais, caro camisanegra. Continua a haver uma atitude de despeito e desprezo dos que são mais militantes para com os "intelectuais", só porque estes ficam sentados a escrever, como se só a acção valesse, quando, como diz muito bem, a acção sem a reflexão a nada conduz, ao passo que esta sem aquela é estéril em termos de resultados práticos.
Obrigada pela sua resposta à minha pessoa. Entretanto, percebi que é preciso este
ESCLARECIMENTO MUITO IMPORTANTE:
O meu patriotismo, a minha consciência baseada em longa experiência, a minha visão diferente... não podiam estar mais longe das ''ideologias'' que aqui, nesta caixa ''em diálogo'', se apresentam, se é que ''ideologia'' se pode chamar a uma tal ausência de capacidade de reflexão e compreensão...
Fascismo é a perda completa e radical de um movimento possível pela salvação do nosso País e pela independência do nosso Povo.
Já horrível é de si, porque é dominação pela violência sem limites e opressão em vez de pela criação de compreensão; mas então fascismo dos povos do Sul, é tão idiota como pretos militarem o KKK.
É tudo o que tenho a dizer, este esclarecimento necessário já que deixei a mensagem anterior.
Além disso, pela pena de se ficar cada vez mais Só, como Nobre, incapacitado para unir forças a pessoas de bem, assumindo uma luta necessária.
vou escrever sobre isto na minha barraca...
Tomei a liberdade de dar uma espreitadela ao sitemeter da Alameda Digital... 20 visitas diárias... se bem que não devemos avaliar as páginas pelo número de pessoas que atraiem (e admito que raramente leio mais que 1 ou 2 artigos de cada número da AD, eu sou da área nacional mas da ala esquerda, a publicação não me atrai muito por não fazer parte da minha realidade política, social e cultural).
Desconheço quantas visitas atrairá em média o www.grifo.com.pt mas desconfio que também seja um número semelhante.
A blogosfera poderá estar um pouco saturada mas acaba por ser normal desta época do ano, mesmo quando estive num partido "do sistema" e posteriormente migrei para o PNR se sabia, em ambos, que Julho, Agosto e Setembro em Portugal são meses mortos, não se escreve, não se sai à rua, não se faz nada...
Eu, bem ou mal vou mantendo o meu blog com algum ritmo, não é constante mas foi com esse propósito que o abri: posta-se quando apetece.
Creio que é crise passageira, e não é a primeira vez que ocorre.
Abraço e força.
Caro F. Santos:
É como diz: por vezes parar ou abrandar é o melhor remédio. Por mim falo, ao dizer que depois de ver que o blogue se difundia sempre para os mesmos e que não estava a potenciar um diálogo multi-pessoal, para além de que caía em redundâncias por essas mesmas razões ( para além de ser alvo de umas quantas demonstrações de má educação e falta de cultura de diálogo) para me reservar à leitura do que outros fazem, com uma paricipação mínima, à espera de melhores dias. E não me arrependo.
Cumprimentos.
Humm... e se todos se "reservassem à leitura do que os outros fazem"???
Os blogues servem de veículo de informação. Quatro anos, é tempo de uma licenciatura! E que tal, aos mais novos, aplicarem na prática o que aprenderam? E que tal (para os mais novos) para além de "espevitar" a blogosfera, intervirem directamente na sociedade civil?
O Núcleo Infante Dom Henrique e a Ala Nun'Álvares da SHIP aguardam-vos (jovens)!
Enviar um comentário