sexta-feira, novembro 23, 2007

Breves de uma breve passagem por Espanha

Por pouco tempo que se esteja em Espanha é impossível não nos darmos conta, seja via rádio, jornais ou conversas com pessoas, da fractura que o governo PSOE está a criar no país, avançando com leis feitas à medida de minorias pequenas mas influentes, promovendo o separatismo regional, contemporizando com terroristas e seus apaniguados, respondendo a algumas críticas pertinentes da oposição em tom arrogante e despropositado (já para não falar do incrível caos dos transportes públicos na Catalunha). Ricardo de la Cierva, de resto, denunciou o programa maçónico do PSOE em alguns livros que se pode adquirir facilmente.
Livros. É pujante o mercado editorial espanhol, multiplicando-se as edições não conformistas, nomeadamente em três vertentes temáticas: a "governação" do PSOE, as críticas à investigação aos atentados de 11 de Março de 2004 e a reanálise e a crítica da historiografia politicamente correcta da Guerra Civil de 1936-39 (aqui Pío Moa é o autor em maior destaque; autor que agora lançou um livro sobre os primeiros anos do pós-guerra civil). Também notei uma edição cuidada (e crítica) da parte do Diário de Joseph Goebbels escrita (melhor dizendo, ditada pelo autor) em 1945 (La Esfera de los Libros, Outubro de 2007) e a edição de mais um livro de Daniel Estulin ("Los Señores de las Sombras"). E apreciei ver uma edição de bolso com a tradução do não especialmente conhecido "Féerie pour une Autre Fois" de Céline. Algo que este amigo não deixará de apreciar.
Dizem os especialistas que o crescimento económico espanhol e a saúde das contas públicas assenta em grande medida no boom imobiliário, sector que mais cedo ou mais tarde se vai retrair, antevendo-se mesmo um período de recessão que contrastará fortemente com a aparente pujança económica do país. Não deixou de me impressionar que a qualquer hora do dia é difícil de estar mais de um ou dois segundos (não é exagero) sem se ver passar um ou mais veículos pesados na auto-estrada que vai da fronteira com França até Santander, passando por Bilbau. Sintoma da nossa época de produção e consumo desenfreados, de crença no crescimento infinito e no progresso económico (que traz por arrasto a agenda socialmente progressista).

1 comentário:

Anónimo disse...

Nada como ler este post para saver de qual pé vc anda com uma leve coxeira...

hahahahaha