Um dia merdoso

Os meus leitores que me desculpem o tom desabrido que encima este postal. Se um blogue serve para deixar as impressões de quem o faz, há alturas em que podemos ter menos pruridos e ir direitos ao assunto. Isto supondo que haja alguém interessado em aturar as birras do blogueiro.
Há dias em que tudo parece correr mal. Primeiro, o Paulo decidiu fazer jus ao substantivo constante no título do seu blogue e confirma o seu abandono de criador virtual. Não vou falar da qualidade do blogue (que também não era absoluta, escusamos de estar a dar graxa ao rapaz), conhecida de quase todos os que por aqui passam; mas haver um blogue individual com constância de actualizações (constância não só diária como horária: três a cinco postais matinais, um ou dois noturnos) é fenómeno raro cá pela Lusitânia. Agora como é que vamos ganhar coragem para encetar um dia de trabalho sem a leitura prévia e estimulante do Misantropo?
O resto do meu desabafo interessa menos aos meus leitores pois refere-se a problemas (que todos têm) no trabalho, nada de novo e ainda bem que nem sempre tudo corre sobre rodas, aprendemos a lidar com as dificuldades, a resolver questões bicudas, a aturar a incompetência, a lidar com situações humanas complicadas, a gerir toda esta balbúrdia.
De tudo isto a conclusão mais interessante que se pode tirar é que nos devemos manter iguais a nós próprios: nos valores que defendemos, na qualidade do que fazemos, na persistência da acção. E se o fizermos talvez achemos que o dia afinal não foi assim tão merdoso.