Não esperava que este blog cedesse a certas propagandas "direititas catitas do Bem e da Verdade absoluta" e ainda menos que entrasse no jogo do «mal nazi».As fontes em que se baseia o autor do artigo original deveriam abrir espaço à reflexão dos mais atentos. Mas é claro, até nisto do aborto tinha de vir o "nazismo expiatório", enfim...A Europa tem de morrer, de uma forma ou outra. "Ó ruas e alamedas em que se perde o meu povo, quando vos destruirão?"
Todos os regimes cometeram atrocidades em guerra. Mas o aborto era já discutido na Antiguidade e aí defendido em determinadas situações. Posteriormente, como resultado das Luzes, o problema terá sido deslocado mais para a esfera individual e em alguns casos sexual.
É ridículo o jogo de empurra que se faz neste assunto, entre os cristãos e os esquerdistas, cada um procurando colar ao nazismo a posição adversária, porque, obviamente, o nazismo é a medida de todo o mal, e como as massas são isso mesmo, a coisa parece boa estratégia.
Se está à procura de antecedentes na defesa do aborto encontrá-los-á em alguns conhecidos filósofos da história europeia, e não, não eram nazis.
uRepare que o título é "Antecedentes" e não "O Antecedente". Deparei com o texto para cujo link remeti e achei que era de interesse revelá-lo aos meus leitores. Mas não tenho tempo para ir à procura de todos os antecedentes, por muito interessante que esse trabalho me pareça. Como escrevi no comentário ao postal sobre Dresden, as massas já são suficientemente marteladas sobre o nazismo, em detrimento de outras barbaridades como as das democracias e do comunismo. Mas fazer um silêncio completo sobre as primeiras também não me parece correcto. O termo nacionalismo continua muito mal visto pelo público em geral, por um lado por causa da propaganda negativa que o acompanha, por outro porque os seus defensores nem sempre se demarcam como deviam do seu uso errado ao longo do século XX. Como em tudo na vida, deviam-se salientar as "boas práticas" e denunciar as más. Não podemos ser escravos da história mas também não devemos ocultá-la em proveito do nosso próprio ideário político.
«O único afecto eterno que, talvez, resta a este coração depurado pelo fogo da desdita, o amor da pátria, sentimento confuso e indefinido, mas indelével...» (Alexandre Herculano, "Eurico, o Presbítero")
4 comentários:
Não esperava que este blog cedesse a certas propagandas "direititas catitas do Bem e da Verdade absoluta" e ainda menos que entrasse no jogo do «mal nazi».As fontes em que se baseia o autor do artigo original deveriam abrir espaço à reflexão dos mais atentos. Mas é claro, até nisto do aborto tinha de vir o "nazismo expiatório", enfim...A Europa tem de morrer, de uma forma ou outra. "Ó ruas e alamedas em que se perde o meu povo, quando vos destruirão?"
Ó Rodrigo, mal da Europa se para sobreviver precisasse de fechar os olhos às atrocidades nazis. Ou V. acha que elas não existiram?
Todos os regimes cometeram atrocidades em guerra. Mas o aborto era já discutido na Antiguidade e aí defendido em determinadas situações. Posteriormente, como resultado das Luzes, o problema terá sido deslocado mais para a esfera individual e em alguns casos sexual.
É ridículo o jogo de empurra que se faz neste assunto, entre os cristãos e os esquerdistas, cada um procurando colar ao nazismo a posição adversária, porque, obviamente, o nazismo é a medida de todo o mal, e como as massas são isso mesmo, a coisa parece boa estratégia.
Se está à procura de antecedentes na defesa do aborto encontrá-los-á em alguns conhecidos filósofos da história europeia, e não, não eram nazis.
uRepare que o título é "Antecedentes" e não "O Antecedente". Deparei com o texto para cujo link remeti e achei que era de interesse revelá-lo aos meus leitores. Mas não tenho tempo para ir à procura de todos os antecedentes, por muito interessante que esse trabalho me pareça.
Como escrevi no comentário ao postal sobre Dresden, as massas já são suficientemente marteladas sobre o nazismo, em detrimento de outras barbaridades como as das democracias e do comunismo. Mas fazer um silêncio completo sobre as primeiras também não me parece correcto.
O termo nacionalismo continua muito mal visto pelo público em geral, por um lado por causa da propaganda negativa que o acompanha, por outro porque os seus defensores nem sempre se demarcam como deviam do seu uso errado ao longo do século XX. Como em tudo na vida, deviam-se salientar as "boas práticas" e denunciar as más. Não podemos ser escravos da história mas também não devemos ocultá-la em proveito do nosso próprio ideário político.
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