quarta-feira, outubro 03, 2007

As ajudas dos EUA a Israel

As ajudas dos EUA a Israel não cessaram de aumentar desde a Guerra dos Seis Dias, passando de 24 milhões de USD em 1967 a 634 milhões em 1971, subindo em flecha para 2,6 biliões três anos depois. Neste contexto, George Bush (jr.) prossegue a acção dos seus antecessores, mas com uma diferença notável: tornado mestre na retórica religiosa, Bush jr. crê-se portador de uma "missão divina", declarando-se garante de uma Nova Ordem Mundial em luta contra as "forças do mal", juntando na sua cruzada os líderes das diferentes igrejas americanas que fazem essa apologia incessantemente, lançando o anátema sobre quem faça objecções...
Sejam os evangelistas - Pat Robertson apelou ao assassinato de Saddam Hussein, Cal Thomas sugeriu que a guerra no Iraque fosse conduzida como o foi a Segunda Guerra Mundial -, do metodista Chuck Colson, ex-conspirador no caso Watergate, hoje Ministro das Prisões (autêntico!), do mediático Sean Hannity (católico) que afirma que é dever da América de se bater por todas as nações oprimidas; do baptista Jerry Falwell que argumenta que "a invasão do Iraque é justa porque... Deus é pró-guerra"!, ou do guru e profeta fanático John Hagee, reverendo do Friends of Israel Gospel Ministry que garante que "os EUA devem atacar o Irão - e quanto mais cedo melhor por ser ainda pior que Hitler"; tem-se bem a noção da amplitude do movimento neo-conservador... (...)
Contrariamente aos outros países [ajudados pelos EUA], em que os subsídios são pagos trimestralmente, a ajuda a Israel é, desde 1982, paga na sua totalidade no início de cada ano fiscal. (...)
Além disso:
- Israel está dispensado de detalhar a forma como gasta esse dinheiro, como é normalmente a regra neste tipo de ajudas;
- o montante recebido representa aproximadamente um terço do orçamento total destinado aos créditos externos, o que parece desproporcionado tendo em conta que a entidade sionista está na 16ª posição entre os países mais ricos, com um rendimento per capita superior ao da Irlanda, Espanha e Arábia Saudita (cf. Zunes Stephen, "The Strategic Function of US Aid to Israel", Washington Report, Dezembro de 2002).
(In Rivarol de 14 de Setembro de 2007.)

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