domingo, dezembro 30, 2007

Uma prenda para o Nonas

O grande Nonas faz um ano. O blogue do memorialista do nacionalismo começou a sua aventura blogosférica há precisamente um ano e não perdeu o fôlego neste período: notícias normalmente filtradas pelos media, autores que devem ser lidos e relidos, sites inconformistas e até uma lista pacientemente elaborada com os melhores postais da semana - de tudo isto é feito o Nonas, que tem ainda um sentido de humor apurado.
Como é mais que merecido, deixo-lhe aqui uma prenda de aniversário, também para proveito de todos os leitores:
***
«Eisenhower e Harris mantêm uma animada correspondência telegráfica para se felicitarem pela destruição das cidades alemãs ocidentais. Esta correspondência telegráfica é um documento do mais vergonhoso descaramento. Creio que em cinquenta anos a população europeia se afastará com repugnância deste cinismo. Os dois gangsters supremos actuam como se destruir uma cidade cultural do oeste alemão fosse um acto heróico. Vangloriam-se das suas crueldades e barbaridades e assim mostram que não sabem digerir, no seu triunfal apogeu, os êxitos que obtiveram e que nem sequer merecem. Declara-se que ambos os lados se guerreiam sem clemência e que não se pode falar de todo de entreguismo por parte do exército alemão. No quartel general de Eisenhower impressionam-se profundamente com o facto de que todos os soldados alemães aprisionados confiam na vitória e em Hitler, incluindo - como se afirma - com um fanatismo quase místico. (...)
«O Führer decidiu agora que se deve prosseguir com a evacuação a oeste, apesar das extraordinárias dificuldades que isso acarreta. Na prática, esta evacuação não se pode levar a cabo porque a população pura e simplesmente se recusa a abandonar as suas casas e cidades. Teríamos que recorrer à violência, mas onde é que temos homens para fazer uso dessa violência e onde estão as pessoas que se resignariam a essa violência? A decisão que o Führer tomou parte de pressupostos totalmente falsos. Isso é-me confirmado por um relatório de Speer, após uma viagem que fez ao oeste, onde descreve a situação que ali se apresenta. Speer examinou as circunstâncias a fundo e chegou à conclusão de que na prática já não se pode continuar a evacuação. Speer expressa o seu descontentamento com as medidas adoptadas. Defende a postura de que uma política bélica não é conduzir um povo a um afundamento heróico, algo que de resto o Führer aborda com total clareza no seu livro "A Minha Luta", pelo menos no que se refere à primeira Guerra Mundial. Estas palavras aplicam-se sobretudo à diplomacia alemã, que na presente situação bélica não encontrou até agora nenhuma possibilidade de retirar a Alemanha de uma guerra em duas frentes que nos está destruindo e aniquilando pouco a pouco.»
Joseph Goebbels, "Diário de 1945" (excertos do dia 14 de março de 1945), La Esfera de los Libros, 2007 (a edição alemã é de 1977, sendo François Genoud o proprietário dos direitos de exploração das obras de Goebbels).


3 comentários:

Vítor Ramalho disse...

Votos de Feliz Ano Novo

O Réprobo disse...

Caríssimo, Grande 2008.
Abraço apertado

PR disse...

Queria apenas agradecer-lhe por ter colocado um link para o blog intromissoes. Entrei há pouco tempo na blogosfera, e é sempre importante ter alguma publicidade.
Muito obrigado, uma vez mais.