segunda-feira, dezembro 18, 2006

Lopes Graça

Desafiam-me os amigos Sarto e Mário a discorrer sobre a obra de Fernando Lopes Graça, que nasceu fez ontem 100 anos. Lamento desiludi-los (pelo menos em parte), pois não sou profundo conhecedor da mesma.
Conheço e aprecio a "História Trágico-Marítima, para barítono e orquestra". Nunca ouvi "Requiem pela Vítimas do Fascismo em Portugal" pelo parti-pris ideológico que lhe subjaz, desde logo no título. Vindo de um comunista empedernido será uma lição de moral mais que equívoca.
Da sua música de câmara a impressão que tenho é que é demasiado árida e pouco cativante. De clara influência bartokiana, reteve do mestre a técnica e o estilo de composição mas não aquele toque de génio que não é apanágio de qualquer um.
Da obra de Lopes Graça o mais perene serão as suas obras de inspiração popular, sobre cuja fidedignidade ao original não tenho condições de me pronunciar mas que à primeira audição destilam portuguesismo em grande escala, sendo de uma simplicidade e clareza desconcertantes. Pelo menos uma das lições do grande Bartók - a recolha das grandes tradições do folclore nacional - foi aprendida pelo seu émulo português.

3 comentários:

Mário Casa Nova Martins disse...

Obrigado.

Abraço.

Miles disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Miles disse...

Caro amigo, com atraso imerecido, agradeço as explicações prestadas. Vou ver o que consigo encontrar editado desta "peça" na área que aconselhastes, embora eu sinceramente - confesso-o - também estivesse curioso em saber o teu juízo acerca do "Requiem".
Um abraço.